Na vitória histórica sobre a Croácia, o maior nome da Argentina foi fundamental.
Estamos em uma longa viagem. Começa na Argentina e pode terminar em uma nova estrela, ainda desconhecida. Lionel Messi é quem vai nos levar. Ele já se acostumou com uma contradição dessa vida: todas as luzes sobre o mais tímido.
Também pode ter se acostumado com a rotina de cinco Copas do Mundo, mas desta vez é diferente. É a última vez. Será que ele já tinha ideia do que iria acontecer? É claro que ele não pode prever o futuro, mas Messi sabia o que estava trazendo dentro de si.
De todos os Messis possíveis e imagináveis, o que entrou em campo nesta terça-feira (13) era o melhor. Um espetáculo concentrado de tudo o que vem fazendo para encantar o mundo há quase duas décadas.
Raça e elegância em pessoa, na mesma pessoa. Ao longo do jogo ele foi crescendo, quebrando recordes em sequência. Com o gol de pênalti se tornou o maior artilheiro da Argentina em Copas do Mundo, 11 gols.
Gol de pênalti contra um dos maiores pegadores de pênalti da histórias das Copas é tão bonito quanto gol de bola rolando. E quando ela volta a rolar, Messi entontece os zagueiros, um, dois, três, quantos vierem, é só um sinal de que ele não vai parar.
No intervalo, o cansaço de quem deu tudo de si. Mas diante de tanta torcida, quase jogando em casa, ele vai se multiplicar. E pensar que houve um tempo em que essa mesma torcida chegou a dizer que ele, por ter ido jovem para Espanha, não era argentino o bastante.
Como não enxergaram que dentro dele ainda mora o menino que aprendeu a jogar nas ruas de Rosário, vendo e ouvindo histórias de Maradona? Daquela arrancada pela direita em 86, deixando uma fila de ingleses atônitos no caminho rumo a um dos gols mais bonitos de todos os tempos.