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Esposa de Erlon Botelho atuava como funcionária fantasma na prefeitura de Jussari no sul da Bahia; Erlon do “Instituto Chocolate” não consegue esclarecer contratação para a imprensa

Por amarelinhoitabuna

ERLON BOTELHO NÃO CONSEGUE EXPLICAR CONTRATAÇÃO DA ESPOSA NA PREFEITURA DE JUSSARI

Erlon Botelho teve a oportunidade de se pronunciar diante da imprensa, mas não conseguiu esclarecer um dos pontos mais graves que pesam contra ele e o Instituto Chocolate.

Durante quatro anos, sua esposa constou na folha de pagamento da Prefeitura de Jussari como agente de limpeza, recebendo acima do piso da categoria, chegando a valores de R$ 3.000,00 por mês. O problema é que, no mesmo período, ela já atuava como diretora do Instituto Chocolate, cargo que ocupa desde a abertura da entidade – um instituto que, conforme apurado pela nossa reportagem, movimenta recursos milionários através de contratos e convênios com órgãos públicos e privados.

E mais: como podem ser vistos nas publicidades e eventos, a esposa de Erlon aparece constantemente como garota-propaganda e diretora do Instituto Chocolate, dando entrevistas, representando a entidade e participando ativamente de campanhas institucionais. Isso escancara a contradição de alguém que deveria estar exercendo um cargo braçal e presencial de agente de limpeza na Prefeitura de Jussari.

Outro detalhe chama ainda mais atenção: na época em que estava na folha como zeladora, ela também estava grávida. Como poderia uma gestante desempenhar serviços dessa natureza, que exigem esforço físico pesado e contato direto com produtos químicos de limpeza, atividades reconhecidamente de risco para gestantes? Essa incongruência reforça ainda mais a suspeita de que se tratava de uma contratação fictícia.

Essas perguntas precisam ser respondidas por Erlon Botelho e sua esposa, que se beneficiaram diretamente da situação. Mas quem também deve explicações à população é o ex-prefeito de Jussari, Antônio Valete, já que foi em sua gestão que a esposa de Erlon foi contratada como servidora. Até agora, Valete foge do assunto e não esclarece onde a funcionária de fato prestava serviços.

A situação já foi denunciada ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal. Se, ao final da investigação, for realmente constatado que ela atuava como funcionária laranja, recebendo sem trabalhar, os crimes que podem ser atribuídos a ela e a Erlon Botelho são:

Estelionato contra a administração pública (art. 171, §3º do Código Penal);

Peculato (art. 312 do Código Penal);

Associação criminosa (art. 288 do Código Penal);

Improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92).

Já o ex-prefeito Antônio Valete, responsável pela contratação da esposa de Erlon, poderá responder por:

Responsabilidade de gestor por contratação irregular e manutenção de funcionária fantasma;

Crime de responsabilidade e improbidade administrativa (arts. 10 e 11 da Lei de Improbidade Administrativa);

Peculato e desvio de recursos públicos (art. 312 do Código Penal);

Conluio e fraude contra a administração pública (art. 299 e art. 288 do Código Penal).

Nossa reportagem vai retornar a Jussari ainda neste mês para realizar uma investigação pente-fino, ouvindo diversos servidores da ativa e ex-servidores. Até o momento, todos os funcionários consultados nos bastidores negam que a esposa de Erlon tenha trabalhado em qualquer setor da Prefeitura de Jussari. Isso reforça a suspeita de que se trata de uma funcionária fantasma, uma laranja contratada pelo prefeito Valete com o objetivo de desviar dinheiro público em benefício de Erlon Botelho, de sua família e de sua esposa.

O espaço segue aberto para que Erlon Botelho, sua esposa e o ex-prefeito Antônio Valete se manifestem oficialmente e expliquem à população como se deu essa contratação suspeita.

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