O radialista e jornalista investigativo Edcarlos recebeu um e-mail oficial do Ministério Público Federal (MPF) confirmando que a denúncia apresentada contra o Instituto Chocolate, Erlon Botelho e Ana Karina já está no gabinete do procurador federal para análise.
A resposta chegou após o jornalista cobrar esclarecimentos sobre a tramitação do caso, alguns dias depois de protocolar as denúncias.
Situação de Ana Karina: diretora e funcionária fantasma
A situação mais grave recai sobre Ana Karina, esposa de Erlon Botelho.
Além de figurar como diretora responsável pelo Instituto Chocolate,
Ela também é investigada por ter atuado como funcionária fantasma da Prefeitura de Jussari, contratada durante a gestão do ex-prefeito Antônio Valete, recebendo salários sem nunca ter exercido de fato as funções do cargo.
Esse duplo envolvimento — como dirigente da entidade investigada e como suposta laranja em contrato público — torna sua posição ainda mais delicada.
Verba federal do Fundeb
As denúncias apresentadas destacam que o Instituto Chocolate recebeu recursos federais do Fundeb, pagos pela Prefeitura de Jussari, para execução de contratos na área da educação.
O uso de verba federal amplia a gravidade do caso, pois torna obrigatória a atuação dos órgãos de fiscalização da União.
É justamente por esse motivo que o processo está sendo acompanhado pelo MPF, pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Outras frentes de investigação
Além do MPF, as mesmas denúncias já foram formalmente apresentadas em:
Polícia Federal (PF): para apurar possíveis crimes de desvio de recursos públicos e falsidade documental.
Controladoria-Geral da União (CGU): para verificar a correta aplicação das verbas federais e avaliar se houve irregularidades nos repasses.
O que o MPF pode exigir
Para aprofundar a apuração, o MPF poderá solicitar:
Folhas de pagamento e comprovantes de recebimento ligados a Ana Karina.
Contratos de trabalho que formalizaram sua contratação em Jussari.
Notas fiscais, relatórios contábeis e registros fiscais do Instituto Chocolate.
Fotos e vídeos de trabalhos supostamente realizados com os recursos do Fundeb.
Convocação de testemunhas
O MPF também poderá ouvir:
Ex-gestores municipais, incluindo o ex-prefeito de Jussari, Antônio Valete, para explicar:
O contrato firmado com o Instituto Chocolate;
E a contratação de Ana Karina como funcionária fantasma.
Ex-secretários e ex-servidores que acompanharam a execução dos contratos.
Servidores atuais, responsáveis pela fiscalização do uso dos recursos federais.
Próximos passos
Com a denúncia já sob análise do procurador federal, o MPF poderá:
Solicitar documentos e provas diretamente aos denunciados.
Convocar testemunhas e gestores ligados aos contratos.
Instaurar inquérito civil público ou até mesmo ação judicial, caso sejam confirmados indícios de irregularidades.
Espaço para defesa
A reportagem reforça que o espaço está aberto para manifestações de Erlon Botelho, Ana Karina, do Instituto Chocolate e do ex-prefeito Antônio Valete, que poderão se pronunciar a qualquer momento.
Reportagem: Edcarlos – Radialista/Jornalista Investigativo – Registro Profissional MTB 0063962-SP
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