O ex-presidente Fernando Collor de Mello está preso em uma sala especial da Polícia Federal em Alagoas, segundo informações da PF. A sala fica distante da carceragem da polícia.
Collor foi detido na madrugada desta sexta-feira (25) no aeroporto de Maceió. De acordo com informações apuradas pelo site Amarelinho, ele não apresentou resistência à prisão.
“Está bem, tranquilo”, disse uma fonte. “Não ofereceu resistência na hora da prisão”, completou.
Collor está em sala especial na PF em Alagoas e não apresentou resistência à prisão
Ainda segundo pessoas ouvidas pelo blog, Collor afirmou que estava indo para Brasília se entregar, mas a PF achou prudente realizar a prisão logo.
A medida foi tomada, ainda segundo fontes, porque não houve manifestação oficial, por parte da defesa, junto à PF ou ao STF sobre essa decisão de se entregar.
A Policia Federal tinha conhecimento da compra de uma passagem para São Paulo na data desta sexta, comprada antes da decisão de Moraes.
Depois, os policiais, tomaram conhecimento da compra de passagem para Brasília. Essa comprada após a decisão do ministro do STF.
O processo e a condenação
Collor foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF em agosto de 2015 por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, peculato e obstrução de Justiça.
Ao torná-lo réu em 2017, no entanto, o STF “descartou” as acusações de peculato e obstrução de Justiça.
E ao condenar, em 2023, considerou que o crime de organização criminosa já tinha prescrevido – ou seja, não cabia mais punição.
Para os ministros do STF, a propina devidamente comprovada foi de R$ 20 milhões, valor menor que os R$ 29,9 milhões apontados pela PGR na denúncia.
O caso foi julgado no STF porque, na época da denúncia, o político era senador pelo PTB de Alagoas. Quatro pessoas ligadas a ele também foram denunciadas.
Segundo a PGR, Fernando Collor recebeu R$ 26 milhões entre 2010 e 2014 como propina por ter “intermediado” contratos firmados pela BR Distribuidora, à época vinculada à Petrobras. A BR Distribuidora, inclusive, tinha dois diretores indicados por Collor.
Os contratos envolviam revenda de combustíveis, construção de bases para distribuição e gestão de pagamentos e programas de milhagem.
Segundo a denúncia, Collor usava sua influência na BR Distribuidora para favorecer determinadas empresas – e, em troca, recebia uma “comissão” sobre os contratos firmados.
Collor apareceu nos relatos de pelo menos três delatores da Lava Jato:
O doleiro Alberto Youssef disse que o ex-presidente recebeu R$ 3 milhões;
O dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, citou R$ 20 milhões em propina;
O auxiliar de Youssef, Rafael Ângulo disse que entregou pessoalmente a Collor R$ 60 mil em notas de R$ 100 em um apartamento em São Paulo – dinheiro de corrupção.
Durante as investigações, a PF apreendeu três veículos em uma casa de Collor em Brasília: uma Ferrari, um Porsche e uma Lamborghini. Todos, em nome de empresas de fachada.
Segundo as investigações, a compra de carros luxuosos, imóveis e obras de arte era uma estratégia para lavar o dinheiro da corrupção.
– Esta reportagem está em atualização